domingo, 20 de dezembro de 2009

INRI CRISTO na FAAP


INRI CRISTO falando aos estudantes da Faap - Fundação Armando Álvares Penteado - São Paulo, em 29/10/2003 . Evento organizado pelo aluno Celso Pin Junior e coordenado pelo professor de filosofia Luiz Felipe Pondé.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

INRI CRISTO HISTÓRICO DOCUMENTÁRIO

INRI CRISTO DOCUMENTÁRIO - 1ª PARTE

Imperdível!!! Conheça a singular e atípica história de INRI CRISTO em documentário.

Produzido e editado pelo MÉPIC - Movimento Eclético Pró INRI CRISTO.




INRI CRISTO DOCUMENTÁRIO - 2ª PARTE



INRI CRISTO DOCUMENTÁRIO - 3ª PARTE

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O REI DOS REIS



Assim falou INRI CRISTO:

“Obediente ao meu PAI, SENHOR e DEUS, na condição de Regente da SOUST, cumpro o dever de explicitar a realidade sobre o título REI dos Reis, que pertence a Ele, o SENHOR, meu PAI, para que os filhos de DEUS não pequem na senda dos idólatras e dos fariseus, fanáticos obstinados. É chegada a hora de se pôr um fim nessa fantasia de que Cristo é DEUS, fruto da invencionice dos usurpadores do meu legado místico, que, obedientes ao imperador romano Constantino, açambarcaram a remanescente Seita do Nazareno, transformando-a na Igreja Católica Apostólica Romana. A palavra Cristo é oriunda do grego e quer dizer “o ungido”, no singular, ou seja, aquele que foi ungido por DEUS; e o SENHOR ungiu-me uma vez mais para cumprir minha missão quando jejuava em Santiago do Chile, em 1979.
Mas para melhor compreender como e por que se iniciou essa crença equivocada, essa abominável submissão aos dogmas, é mister recorrer aos Anais da História, ainda nos primórdios da era cristã. Aproveitando-se da grande difusão dos cristãos, o imperador Constantino apoderou-se do emergente Cristianismo e modificou-o, adequando-o ao paganismo vigente. Em 325 d.C., no Concílio de Nicéia, foi fundada, oficialmente, a Igreja Católica Apostólica Romana. Dentre outras decisões do Concílio, estabeleceu-se a crença na deidade de Cristo. Foi um ambicioso golpe de habilidade política, um jogo de interesses. O objetivo era bem visível: tendo a Igreja como poderoso braço eclesiástico (cujo fundador teria sido o próprio DEUS na Terra), estava garantindo a força e união do Império Romano, respaldada pela cega submissão dos fiéis súditos. E assim, mais uma vez fica evidente a malignidade do dogmatismo.
Herdeiros da espúria crença de que Cristo é DEUS, os fariseus que se dizem crentes e evangélicos crêem equivocadamente que Jesus é onipresente, onisciente e onipotente, atribuindo a mim virtudes que são inerentes unicamente ao SENHOR. PAI, Filho e Espírito Santo são uma só coisa, mas porque o PAI é onipresente, não eu, nem o Santo Espírito. Convém deixar tudo isso bem esclarecido, a fim de diluir qualquer equívoco dos seres humanos em relação à minha condição aqui na Terra.
Como prova de que eu mesmo há dois mil anos reconheci que meu PAI é meu SENHOR, maior, superior a mim, humildemente disse-Lhe na hora da crucificação: ‘PAI, me abandonaste?’ (Mateus c.27 v.46); ‘PAI, nas tuas mãos encomendo o meu espírito’ (Lucas c.23 v.46). Observe bem, se eu disse que entregava o meu espírito, estava reconhecendo que o PAI é maior do que eu. No bojo desta afirmação reside, outrossim, a prova de que eu não fui de carne e osso para o céu e sim em espírito. E também dizia que o PAI me enviou (“O que não honra o Filho, não honra o PAI, que lhe enviou” – João 5:.23; “Ninguém pode vir a mim se o PAI, que me enviou, o não atrair” – João 6:.44; “Eu vim em nome de meu PAI, e vós não me recebeis” – João 5:43). Meu PAI e eu somos uma só coisa porque Ele é onipresente e se manifesta através de mim. Mas quando me deram chicotadas, quando cuspiram em meu rosto e me humilharam na hora da crucificação, senti a ausência de meu PAI porque Ele, majestoso, dispensa essas gentilezas, além de que eu precisava passar por tudo aquilo a fim de resgatar o débito carmático, fruto dos pecados que a humanidade cometera desde os primórdios, nos tempos de Adão.
Eu voltei a este mundo para instituir o prometido Reino de DEUS, e até ensinei a clamar nas orações: “PAI Nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino...” (Mateus 6:10). E quando eu disse aos discípulos: “Meu Reino não é deste mundo. Se meu Reino fosse deste mundo, meus servos pelejariam por mim. Mas AGORA o meu Reino não é daqui” (João 18:36), já sabia que quando retornasse teria a missão de instituir na Terra o Reino de DEUS. E eu também disse há dois mil anos: “O reino de DEUS não vem com aparato...” (Lucas 17:20-21), ou seja, o Reino de DEUS não tem a aparência dos reinos terrenais. O Reino de DEUS é um luminoso reino de energias, e se manifesta através de sinais. Eu sou o Regente do Reino de DEUS, onde só há um Rei, o REI dos Reis, que é o SENHOR, meu PAI (Apocalipse 19:16). Eu nunca disse que sou DEUS; sou o Primogênito de DEUS, o ancestral da humanidade, o primeiro macaco que caminhou ereto, sem cauda. Estou peremptoriamente à disposição do SENHOR, sou o servo do SENHOR, voltei a este mundo com a consciência de não ter livre arbítrio unicamente para cumprir Sua santa vontade. Ele, o ALTÍSSIMO, Eterno, Infinito, é o REI dos Reis e SENHOR do Universo, único Ser digno de adoração e veneração.
Em Belém do Pará, quando pratiquei o Ato Libertário em 28/02/1982 culminando com o nascimento da SOUST, que se constitui na formalização do Reino de DEUS sobre a Terra, o sacerdote arremessou uma cadeira em minha direção objetivando derrubar-me do altar e, dessa forma, abortar a divina revolução. Todavia, o SENHOR disse para me apossar da cadeira e postá-la sobre o altar transformando-a em trono*¹, que é o trono do SENHOR, o trono do REI dos Reis (“Depois vi um grande trono branco e um que estava sentado sobre ele” – Apocalipse 20:11). Por isso cada vez que subo no altar, invoco o SENHOR. E eu não pude mandar fazer o trono, esse que agora vós vedes aqui na sede do Reino de DEUS, formalizado pela SOUST, em Brasília (a Nova Jerusalém do Apocalipse c.21). Obediente a meu PAI, tive que esperar uma pessoa do povo providenciar a aquisição da madeira e, inspirada, proceder com a feitura... pois só assim usufrui o respaldo da legitimidade. Da mesma forma sucedeu em relação à coroa. Recebi a ordem do SENHOR, mas a princípio relutei, protelei em usar, consciente dos maledicentes comentários inevitáveis; então os cabelos começaram a cair da minha cabeça. E o SENHOR me mostrou que a repentina queda de cabelos era um sinal, era necessário sim usar a coroa de espinhos, ao contrário estaria fadado a ostentar uma calvície. Um ato de deboche de meus inimigos – que me coroaram de espinhos na véspera da crucificação, satirizando: “Salve, ó Rei dos Judeus” (Mateus 27:29) – o SENHOR usou para legitimar a condição de REI dos Reis, por conta da presença dEle, meu PAI, em mim (“Eu e o PAI somos um” – João 10:30; “O PAI está em mim, e eu no PAI” – João 10:38; “Mas o PAI, que está em mim, esse é que faz as obras” – João 14:10). E a coroação foi perpetrada por ocasião do desfile de andor, quando eu falava ao povo no centro de Curitiba, em meados dos anos 90, e posteriormente o vereador Mário Celso Cunha*² oficializou publicamente a coroação através da mídia, colocando a coroa em minha cabeça em frente às câmaras da TV Iguaçu, canal 4 de Curitiba.
Que meu PAI, SENHOR e DEUS vos ilumine e vos conceda o dom de compreender minhas palavras. Que a paz seja com todos”.

*¹ Vide flagrante deste momento no livro DESPERTADOR 2ª parte, ou no menu Ato Libertário, do site
www.inricristo.org.br .
*² O vereador Mário Celso Cunha foi o mesmo que lançou o Voto de Louvor por ocasião da exposição pública do livro DESPERTADOR, divulgado pelo MÉPIC – Movimento Eclético Pró INRI CRISTO.

Brasília, 28 de junho de 2009.

INRI CRISTO - INRI está aqui





'INRI está aqui' foi composta por Junior Vasconcelos de Belém do Pará. É uma música do coração, que retrata nossos mais íntimos sentimentos em relação a INRI CRISTO.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A Supressão da Reencarnação

A reencarnação escamoteada, suprimida pelos inimigos da verdade, 

lacaios do príncipe das trevas

Até agora, quase todos os historiadores da proscrita igreja romana acreditaram que a doutrina da reencarnação foi declarada herética durante o Concílio de Constantinopla em 553. No entanto, a condenação da doutrina se deve a uma ferrenha oposição pessoal do finado imperador Justiniano, que nunca esteve ligado aos protocolos do Concílio. Segundo Procópio, a ambiciosa esposa de Justiniano, que, na realidade, era quem manejava o poder, era filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio. Ela iniciou sua rápida ascensão ao poder como cortesã. Para se libertar de um passado que a envergonhava, ordenou, mais tarde, a morte de quinhentas antigas "colegas" e, para não sofrer as conseqüências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconiza a lei do Carma, empenhou-se em suprimir toda a magnífica doutrina da reencarnação. Estava confiante no sucesso dessa anulação, decretada por Justiniano "em nome de DEUS"!

 Em 543 d.C., o déspota imperador Justiniano, sem levar em conta o ponto de vista clerical, declarou guerra frontal aos ensinamentos de Orígenes, condenando-os através de um sínodo especial. Em suas obras De Principiis e Contra Celsum, Orígenes (185 - 235 d.C.), o sumo pontífice da igreja, tinha reconhecido, abertamente, a existência da alma antes do nascimento e sua dependência de ações passadas. Ele pensava que certas passagens do Novo Testamento poderiam ser explicadas somente à luz da reencarnação.
 Do Concílio convocado por Justiniano só participaram bispos do oriente (ortodoxos). Nenhum de Roma. E o próprio "papa", que estava em Constantinopla nesta ocasião, deixou isso bem claro.
O Concílio de Constantinopla, o quinto dos Concílios, não passou de um encontro, mais ou menos em caráter privado, organizado por Justiniano, que, mancomunado com alguns vassalos, excomungou e maldisse a doutrina da pré-existência da alma, apesar dos protestos do "papa" Virgílio, com a publicação de seus Anathemata.
A conclusão oficial a que o Concílio chegou após uma discussão de quatro semanas teve que ser submetida ao "papa" para ratificação. Na verdade, os documentos que lhe foram apresentados (os assim-chamados "Três Capítulos") versavam apenas sobre a disputa a respeito de três eruditos que Justiniano, há quatro anos, havia por um edito declarado heréticos. Nada continham sobre Orígenes. Os "papas" seguintes, Pelagio I (556 - 561), Pelagio II (579 - 590) e Gregório (590 - 604), quando se referiram ao quinto Concílio, nunca tocaram no nome de Orígenes.
A igreja aceitou o edito de Justiniano - "Todo aquele que ensinar esta fantástica pré-existência da alma e sua monstruosa renovação será condenado" - como parte das conclusões do Concílio. Portanto, a proibição da doutrina da reencarnação (renascimento físico) não passa de um erro histórico, sem qualquer validade eclesiástica. 
 Se nos reaproximarmos da doutrina da reencarnação, afastando a dogmática crença na ascensão do corpo físico de CRISTO crucificado, crescerá no coração de cada um, e mesmo no coração daqueles que se educaram dentro do cristianismo tradicional, a fé nas verdades puras, ensinadas pelo próprio CRISTO.
 DEUS é perfeito e a lei divina é perfeita e eterna. Ele disse ao Primogênito Adão: "Tu és pó, e em pó te hás de tornar" (Gênesis cap.3 vers.19). Logo, DEUS não enviaria seu Unigênito em carne e osso ao céu - a fim de submetê-lo ao congelamento -, onde, além de não ter ar para respirar, a temperatura confina 273 graus negativos, contrariando a lei só para agradar os insanos que, delirando, baseiam suas vidas no engodo da fantasia e da mentira.
 "Naquele tempo os discípulos o interrogaram dizendo: Por que dizem pois os escribas que Elias deve vir primeiro? Ele respondeu: Digo-vos, porém, que Elias veio e não o reconheceram, antes fizeram dele o que quiseram. Então os discípulos compreenderam que tinha falado de João Batista" (Mateus cap.17 vers.10 a 13).
 "Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão, eu sou" (João cap.8 vers.58 - Aí está explícito que CRISTO estava afirmando ser o Unigênito Adão).
"Depois de mim vem um homem que passará adiante de mim, porque existia antes de mim" (João cap.1 vers.30 - João Batista referindo-se a CRISTO como reencarnação de Adão).
 "...não pode ver o reino de DEUS senão aquele que nascer de novo..." (João cap.3 vers.3 a 10 - CRISTO ensinando reencarnação a Nicodemos).

 "E digo-vos: Desta hora em diante não beberei mais deste fruto da videira até aquele dia, em que o beberei de novo convosco no reino de meu PAI" (Mateus cap.26 vers.29 - INRI CRISTO, antes da crucificação, na última ceia, anunciando sua reencarnação, uma vez que, obviamente, espírito sem corpo físico não bebe vinho).

http: //www.inricristo.org.br 

http://www.inricristo.net 

Fonte: Texto retirado do Livro Despertador 1ª parte.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

BÍBLIA: UM LIVRO DE LETRAS MORTAS

Os Anais da História confirmam por que a Bíblia é um livro
de letras mortas; só ao ser humano inspirado pelo ALTÍSSIMO
é facultado compreender o enigma das Sagradas Escrituras
e decifrar seus mistérios.

No século em que vivemos, em que a fé encara sobremaneira a razão face a face, a moral e a ciência bíblicas não nos podem mais servir. Mais de quatro mil anos separam a humanidade dos velhos tempos bíblicos. E por que se continua a ministrar nas escolas ensinamentos dessa natureza, fazendo acreditar a vítimas inocentes que tudo o que se encontra entre as páginas daquele palimpsesto carcomido pela traça do tempo, é verdadeiro, emana de DEUS? Não será isso uma crueldade? Por que incutir na criança a idéia de um DEUS vingativo, rancoroso, de um DEUS que só sabe se sua obra é boa, depois de termina-la? De um Deus que se arrepende? Por que fazer conhecer a nossos filhos a história hedionda de massacres, de roubos, de pilhagens e de fatos que ferem a moral?

A igreja romana, tão distante hoje e mais ainda no passado, do Cristianismo primitivo, porque assim procedesse, cobriu-se de nódoas indeléveis, no martírio a que submeteu homens dos mais notáveis. Quando não os levava à fogueira ou à prisão, condenava-os a uma vida de eterna inquietude, fazendo-os sofrer as agruras da mais tenaz perseguição. De outra forma, capacitada de que o “papa” era o representante legítimo de Pedro, não teve ela o cuidado de selecionar entre os seus mais virtuosos vigários, homens que dignificassem com o seu poder o pontificado de Jesus e comandassem da cátedra pontifícia a comunidade dos fiéis.

É uma lógica que não pode ser renegada por ninguém: se DEUS tivesse que eleger seus representantes na Terra, Ele iria escolher, certamente, os mais virtuosos e não entregaria a homens desclassificados o destino de sua igreja.

Assim, a História nos conta que homens da pior espécie existentes no mundo reinaram no Vaticano, dando pela sua cupidez egoísmo e perversidade, não só os mais nefastos exemplos, como, também, certa descrença na sua pseudo infalibilidade. “Do século XI até o século XII, a história dos papas é de causar vertigem. A loucura de Calígula, a ferocidade de Nero, a luxúria de Heliogábalo reaparecem. No século X, os condes de Tusculum entregam a Santa Sé às cortesãs e aos bandidos. João XII, “papa” aos 17 anos, instala o seu harém em Latrão, e sagra um diácono em uma estrebaria. Bonifácio VII, destronado após 42 dias de pontificado, foge para Constantinopla com o tesouro da Igreja. Volta após a morte de Oton II, faz morrer de fome o seu sucessor João XIV nos poços de Santo Ângelo e arranca os olhos aos seus cardeais. Bento IX leva uma vida tão horrível que tentam estrangula-lo no altar... Este papado demoníaco, ou profundamente miserável, essa Igreja manchada por todos os crimes, que se curva à brutalidade do século, tornou-se o horror e o tormento da cristandade... A consciência popular que via a mão de DEUS em todas as crises da História como em todos os fenômenos inquietantes, condenava silenciosamente a igreja de Roma. Se DEUS permitia tais catástrofes, era porque entregava à milícia de Satã os pastores cristãos”.

“No começo do século XIX, escreve Pompeyo Gener, grande número de bispos são casados. Só na Bretanha conta-se nada menos de quatro. Seus filhos herdam do episcopado. Todo o clero imita os bispos; os clérigos que não têm mulheres, têm concubinas; à falta de mulheres próprias, tomam as dos outros.”

As prerrogativas eclesiásticas são, como tudo o mais na igreja romana, um meio de extorquir dinheiro ou de galgar uma posição rendosa; vende-se um bispado como se fosse uma propriedade, um feudo, a que se anexam direitos hereditários.

Quando Cristo, o sublime pregador do Cristianismo, se esmerava em dar o conforto moral aos infelizes, aos deserdados da sorte, aos leprosos, aos indigentes, destaca o papado confessores para as câmaras reais, mas nunca tiveram tempo os dignitários da igreja para rezar uma missa por um pobretão infeliz que morresse na via pública. É comum, no entanto, verem-se estampadas nas colunas dos jornais, as missas destes príncipes em favor da alma de um presidente de República ou de um senhor ministro de Estado. “Se, com efeito, alguma coisa de genial saiu do Catolicismo, foi certamente um sistema de tortura tão perfeito, tão requintado, que deixa a perder de vista as legislações mais bárbaras e os costumes mais selvagens. A despeito das defesas capciosas que apologistas católicos têm arranjado, visando irresponsabilizar a igreja pelos crimes perpetrados por esse terrível tribunal, em nome de um Deus que se proclama infinitamente misericordioso, a História nos diz pela voz dos teólogos, pelas bulas pontificais, pelos atos canônicos, que à Santa Sé cabe a autoria de um regime de crueldade como não há igual na crônica dos povos que se não banharam na água lustral do Cristianismo.

Tudo era motivo de condenação por parte desses juízes execráveis. Uma interpretação diferente daquela adotada pela igreja, uma teoria mais avançada sobre a gênesis da Terra e do homem era motivo bastante para que se atirasse impiedosamente à fogueira uma criatura humana. O direito de defesa era praticamente vedado, pois ninguém se atrevia a amparar um réu do Santo Ofício, uma vez que era sabido que o defensor cairia fatalmente nas iras desses juízes de consciência negra. O delator era naquele tempo cercado das mais distintas considerações. Eis as palavras do abade Berlier: “Não se confrontam os acusados com os delatores, e não há delator que não seja ouvido; um inimigo condenado pela justiça, uma criança, uma cortesã, são acusadores graves. O filho pode depor contra o pai, a mulher contra o marido, o irmão contra o irmão. Enfim, o acusado é obrigado a ser o seu próprio delator, a adivinhar e a confessar o delito que lhe é atribuído e que ele muitas vezes ignora...”

As descobertas da Astronomia, porque desmentissem ou anulassem determinadas passagens das Escrituras, movimentaram todo o Sacro Colégio. Os prelados eminentes, responsáveis pela integridade da gênesis bíblica, moveram tenaz perseguição aos sábios da época. Assim é que Pedro de Albano, autor de um trabalho sobre a nova ciência; Césco Dáscoli, por ter proclamado a teoria do movimento da Terra; Giordano Bruno, por ser astrônomo; Antônio de Dominis e Campanela, por terem professado uma teoria semelhante à de Galileu; Copérnico, autor da “Astronomia Nova”; Roger Bacon, o sábio monge de Oxford, pelo fato de ser físico e astrônomo e pesquisar sobre as perseguições movidas contra os que se dedicavam a estas ciências; Francisco Bacon, Descartes, por serem astrônomos; o jesuíta Fabri, porque em um sermão aconselhava a igreja a tomar em sentido figurado as passagens das Escrituras, uma vez provada a teoria do movimento da Terra; Galileu, cuja história é por demais conhecida, pela aparição de seus imortais “Diálogos”, nos quais o movimento da Terra era estabelecido, conjuntamente com outras verdades da Astronomia e da Física, 0foram todos sacrificados. Entre os sábios citados, uns foram queimandos em efígie, porque morreram nas masmorras, outros atirados, em nome de DEUS, às chamas vingadoras, ou perseguidos pelos padres e beatos durante toda a existência. Temos mais o filósofo italiano Vanini, queimado vivo em companhia de dois monges e que subiu ao suplício com uma coragem admirável, a constrastar com a covardia de seus infelizes algozes. Centenas de outros foram presos em masmorras e lá morreram por pregarem a verdade da Ciência, a maior revelação de DEUS às suas criaturas.

A igreja romana formula seus dogmas, procura impô-los aos homens, com especialidade às massas ignorantes, grita alto que tudo é revelação divina. Chega a Ciência e destrói um a um esses mistérios, esses milagres inconcebíveis da criação. Milagre, mistério e dogma, trigêmeos nascidos na sombra. Se a luz lhes bate em cima, eles desaparecem, porque a mentira nunca prevaleceu sobre a verdade. Spinoza, o mais célebre filósofo do século XVII, fez observar com muito espírito, que não será pelos milagres e pelos prodígios que se poderá chegar à conclusão da existência de DEUS, mas ao contrário, pela ordem fixa e imutável da natureza, e que esta ordem permanente é um milagre imensamente maior do que a revogação passageira de uma das leis naturais. Um milagre, diz com muita razão Voltaire, é a violação das leis matemáticas, divinas, imutáveis, eternas. Por esta simples exposição, o milagre é uma contradição. Uma lei não pode ser imutável e violada.

Todas as religiões dogmáticas têm a Ciência como a sua maior inimiga, porque ela vai impiedosamente destruindo dogmas, sem o intuito preconcebido de agradar ou desagradar. Vai lentamente cumprindo o seu fado, ou seja, o de colocar o homem no seu verdadeiro caminho, fazendo com que este sempre marche para a frente sem impregnar-se nas velharias passadas, sem consistência, e cuja aceitação nos tempos que correm vão se tornando ridículas. Eis o motivo pelo qual a Ciência sempre foi combatida pelo dogmatismo. As revelações da Ciência não são contra o princípio da grandeza infinita do Criador, antes, nos extasiam de admiração e de espanto pela sua onipotência. Por que, pois, dar guarida a fábulas sem consistência, que envergonham a razão humana? Não será muito mais racional admitir a evolução da espécie, marchando paralela com a evolução do espírito? A alma foi formada pouco a pouco nos reinos viventes inferiores, para adquirir no homem o seu grande desenvolvimento atual. Ela cumpriu esta evolução dentro de um sem número de encarnações, nos organismos cada vez mais aperfeiçoados. A “morte” a que todos estamos sujeito, é bem realmente um episódio da vida e não a interrupção, é uma simples mudança de corpos; a alma deixa seu invólucro como quem deixa uma roupa imprestável, para tomar outra nova e melhorada.

Há uma lei incontestavelmente sábia que não pode ser esclarecida pela fé. Esta última, quando muito, pode, dentro das possibilidades humanas, imaginar a grandeza incomensurável da inteligência e do poder que presidiu à criação do universo; pode ter um senso moral que, sem dúvida alguma, engrandece a espécie, quando não se limita ao terreno das teorias vazias, mas não pode acorrentar a Ciência, a Ciência que dia a dia mais ilumina, mais evolui, como evoluem a forma e o espírito. E assim sendo, a fé mal orientada, a fé sem raízes na inteligência, a fé dogmática, em vez de melhor interpretar o infinito Criador, restringe-o, torna-o incompreensível, apresenta-o como a suprema injustiça ante as disparidades da vida. O Ser Supremo não passaria de um símbolo.

Há aproximadamente cem anos, Charles Darwin dava o primeiro golpe de morte na narrativa bíblica da criação do homem, tomada em sentido literal. E o clero, que não dorme principalmente quando se trata de defender os dogmas da igreja, foi mobilizado e moveu a mais tenaz perseguição ao sábio eminente. Foi assim Darwin, como todo pioneiro de uma causa verdadeira, vítima das maiores injustiças. Mas como DEUS escreve direito mesmo por linhas tortas, todos os adversários da religião católica se tornaram partidários da doutrina darwiniana e assim, o clero, mais uma vez, contra os seus propósitos, foi o maior propagandista da popularidade do grande cientista inglês.

O homem recebe a verdade em doses homeopáticas e de acordo com a época em que vive. A verdade não conhece mistérios, nem dogmas, nem milagres. A necessidade de enganar, de iludir faz parte sempre dos mesmos mistérios, dogmas e milagres.

Os homens desvirtuam tudo, mutilam, enxertam, interpolam, modificam, tendo em vista, não a sublimidade, a essência inestimável da Filosofia, mas, ao contrário, a mesquinhez de suas conveniências materiais. Se o Cristianismo tivesse que se apoiar em alfarrábios, o Filho de DEUS nô-los teria legado. Mas em sua prudência e sabedoria, divisando a confusão que se estabeleceria através do nevoeiro das gerações futuras, contentou-se em aconselhar aos seus apóstolos que pregassem a boa nova “Ide e pregai o meu Evangelho”.

Sofrem todos os pioneiros das grandes idéias. A morte nunca acovardou os luminares do mundo. Todos se entregaram a ela, mas não souberam abdicar de suas convicções.

Assim, pois, a questão imposta pelo clero católico ao povo cristão sobre a ressurreição da carne cai por terra, em virtude de sua impossibilidade! Raciocinemos: as moléculas que compõem nosso corpo atual pertenceram num passado a um sem número de corpos humanos, vegetais e animais, e pertencerão a milhares de outros corpos. No dia do Juízo Final, qual seria o verdadeiro dono dessas moléculas, uma vez que elas pertenceram a tantos outros corpos?

A idéia de DEUS implica a de uma ordem perfeita que rege o Universo com suas leis eternas e imutáveis. Daí se vê que um milagre da maneira como é imposto às mentes humanas, é uma violação das leis divinas, imutáveis e eternas. DEUS constrói em favor dos homens e não em favor de alguns homens, apesar do nada que os homens representam em face do Universo. Somos menos que um pequeno formigueiro diante da vastidão dos mundos. Não será, assim, um absurdo o imaginar-se que o Ser infinito vivesse a intervir em suas leis em favor de um pequeno número de formigas, contrariando, destarte, o jogo eterno dessas energias incalculáveis que fazem movimentar o Universo sem-fim? Contentemo-nos com o maior dos milagres, com a ordem prodigiosa da natureza, com a rotação de bilhões de mundos em torno de milhões de sóis, com a atividade da luz, com a vida dos animais, porque estes são milagres perpétuos.

De entre algumas fantasias inadmissíveis encontradas na Bíblia e tomadas como verdades incontestáveis por muitos, surgem a de um Sansão a operar prodígios com sua força imensa, concentrada nos cabelos, a trespassar com sua espada trinta filisteus de uma só vez, a dizimar por completo, apenas, com uma queixada de burro, mil filisteus, a derrubar as colunas de um templo e a estrangular um leão quando ainda muito criança, etc. Vemos um Balaão em interessante palestra com o seu burro; Jonas engolido por uma baleia, que só se alimenta de peixes pequenos, não se sabe se vomitado ou defecado três dias depois, em uma praia; Elias subindo ao Céu em um carro de fogo; Josué fazendo parar o Sol, fato este que atirou muitos homens eminentes, porque discordassem dessa infantilidade, nas chamas vingadoras da “Santa Inquisição” e em nome de DEUS...

A idéia do milagre é, pois, contrária à sabedoria divina. O Ser Supremo age de maneira soberanamente inteligente sobre toda a criação. Ele não pode querer a desordem, nem cometer um ato absurdo para a satisfação pessoal de uma religião, qualquer que ela seja. O caráter principal do milagre é sobretudo o de ser insólito; uma pedra que sua sangue; estátuas que derramam lágrimas dos olhos; eis os milagres para o vulgo. Todavia, uma vez que se pode produzir espontaneamente ou é comprovada a fraude, não é mais um milagre. A Ciência produz constantemente milagres aos olhos dos ignorantes; eis por que, no passado, aqueles que sabiam mais que o povo comum passavam por feiticeiros; e como se acreditava que toda a Ciência vinha do diabo, eram atirados à fogueira, em nome de DEUS. Para um selvagem tudo o que é novo é milagroso. Um brinquedo mecânico, um fogo de artifício, um imã, um fuzil, um relógio são prodígios que eles só podem atribuir a um poder soberano. Quem poderia imaginar num passado longínquo as descobertas modernas da Ciência: o rádio, a televisão, os aviões supersônicos que cruzam os ares em todas as direções, percorrendo mais de mil quilômetros por hora e outras realizações contemporâneas? Quem poderia sequer imaginar que o vírus de certas moléstias contagiosas, invisíveis a nossos olhos, fosse capaz de dizimar populações inteiras? Assim, aquilo que era julgado como só podendo pertencer a um poder sobrenatural, produz-se a nossos olhos e se explica logicamente, em virtude das leis que não cessam de reger os mundos. O que nos resta hoje dos milagres bíblicos? Quase nada. Aquilo que se considerava milagre e que a Bíblia narra à farta, como o êxtase, a vidência, a transfiguração, a catalepsia, as aparições, a vista psíquica e as curas instantâneas, passaram hoje ao rol das coisas comuns.